sexta-feira, 22 de maio de 2009

OLHAR EM CONSTRUÇÃO; MUSEUS

Uma viagem ao Mundo ">UMA VIAGEM AO MUNDO Reserva da memória coletiva Dóris Fialcoff Museu. Esta palavra recebeu inúmeros significados no imaginário e na linguagem populares. Normalmente, fazendo menção ao tempo, pretende significar antigo, velho, ultrapassado. Pode ter como sinônimo a expressão "faz parte dos móveis e utensílios", da empresa, por exemplo. Por outro lado, pode corresponder à pompa, sofisticação, lugar para públicos elitizados e intelectualizados. "Ainda existe no censo comum do Brasil a concepção do museu como um lugar onde se colocam coisas velhas. Na realidade, a concepção museológica não vai por aí. O museu é uma reserva da memória coletiva e ao mesmo tempo contribui para a formação do processo identitário de uma comunidade", ensina a historiadora e professora da UFRGS Sandra Pesavento. Projetar o olhar para o passado de forma a satisfazer a curiosidade, resulta no entendimento um pouco maior sobre onde se vive, com quem se divide espaço na sociedade, na etnia, na economia, política, culinária, relações humanas e traços culturais estruturais e conjunturais. Pitadas do sentimento de que os museus cheiram a mofo, adicionadas à colheradas de autodefesa frente à imaginada rejeição, mais doses consideráveis dos problemas na educação que assolam o país, só pode ter um fim: o patamar doentio do preconceito. E aí poucos sabem onde ficam os museus em suas cidades, até porque não é feita uma divulgação adequada para isso. Prédios históricos, que sinalizam momentos da história são freqüentados por um público escasso, apenas por motivação profissional. No entanto, o Rio Grande do Sul possui cerca de 200 museus distribuídos por todo o seu território. Eles guardam acervos antropológicos, arqueológicos, de arte, de comunicação e história (maioria no RS). As administrações são das esferas federal, estadual ou municipal, além dos privados. "Conforme as cidades vão se emancipando, vão querendo preservar a sua história", explica Teniza Spinelli, diretora do Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa, o motivo do grande número de museus particulares e os ligados à fundações. "A educação informal num país em desenvolvimento é importantíssima. Cabe aos museus, como equipamentos de educação informal, proporcionar ao público este acesso à exposições, cursos e pesquisas", afirma Teniza, ressaltando que os museus são reconhecidos pela Unesco como equipamentos da educação informal. A execução da pauta inicial de fazer uma reportagem sobre museus no Rio Grande do Sul pouco a pouco mostrou que a riqueza e o volume de material, com certeza, ignorado por boa parte da população, não seria esgotado em apenas uma edição. Seria um desperdício abandonar tantas informações importantes para a cultura, para a educação. Por isso, esta matéria sobre o Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa abre uma série de reportagens que pretende consolidar um inventário dos principais acervos preservados do estado. Inventário da memória começa por este museu, assinalando que há 189 anos, num dia 1º junho, Hipólito José da Costa lançava, em Londres, o Correio Braziliense, enfrentando a proibição de sua publicação. Exatamente este fato explica a motivação de amplos setores do jornalismo brasileiro que reivindicam a transferência do Dia da Imprensa de 10 de setembro para 1º de junho. EXTRA CLASSE 1997