Caderno G
Segunda-feira, 24/09/2012
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
O museu mais antigo do Paraná conta com cerca de 400 mil itens
e abriga acervos como o de David Carneiro Memórias guardadas há 136 anos
Museu Paranaense comemora aniversário com programação especial,
que tem início hoje, e luta para reverter os números de visitações
espontâneas
Publicado em 23/09/2012 | Isadora Rupp
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VÍDEO: Veja as curiosidades do acervo do Museu Paranaense e faça um passeio pelo espaço
Programação
Confira as ações previstas para as comemorações dos 136 anos do Museu Paranaense:• Domingo
11 horas Show com a Big Belas Band, da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap).
Abertura da exposição O Mundo do Trabalho, com uma reflexão sobre as diferentes formas de afazeres e a divisão social do trabalho.
12h às 14h Palestra Um Olhar para o Museu Paranaense, com o professor Cláudio Oligari e convidados.
12h às 15h Visitas guiadas com funcionários caracterizados com roupas de época.
• Terça-feira (25)
Mesa-redonda Origem e Extinção da Megafauna Pleistocênica na América do Sul, com o palestrante Fernando Sedor e a debatedora Cláudia Parellada.
• Quarta-feira (26)
Mesa-redonda Museu contra a Violência Urbana, com o palestrante Rhodrigo Deda, editor-executivo da Gazeta do Povo, e o debatedor Guilherme Durães.
• Quinta-feira (27)
Mesa-redonda A Função Social dos Museus, com a palestrante Vilma Chiara e a debatedora Márcia Kersten.
• De terça-feira (25) a quinta-feira (27)
11h30 às 13h30 Visitas guiadas durante o horário de almoço.
Serviço
O Museu Paranaense fica na Rua Kellers, 289 – São Francisco, (41) 3304-3300. Funcionamento de terça a sexta-feira, das 9 às 18 horas (não fecha para almoço) e aos sábados e domingos, das 10 às 16 horas. Entrada gratuita.
“Quando o museu funcionava no prédio do Paço, tínhamos 75 mil visitantes ao
ano. Atualmente, esse número fica em torno de 20 mil”, diz o diretor Renato
Carneiro Júnior. Apesar da perda, ele acredita que as instalações da atual sede,
que tem “tudo para ser definitiva”, são melhores para a preservação e acomodação
do acervo, que guarda uma série de raridades e peças importantes sobre a memória
do estado e do país.
Entre os cerca de 400 mil itens, está o acervo do extinto museu Coronel David
Carneiro, uma coleção doada pelo Banco do Estado do Paraná (o antigo Banestado)
e obras de artistas como Vladimir Kozák, naturalista tcheco que viveu em
Curitiba entre 1928 e 1979. O museu também é o único do Paraná autorizado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a receber peças
arqueológicas.
Neste ano, um projeto, via Lei Rouanet, permitiu a organização do arquivo;
outro plano de digitalização do acervo também está em andamento. Carneiro
ressalta que a expectativa é que o museu cresça nos próximos anos: existe a
possibilidade de receber uma volumosa doação particular de um colecionador de
armas. “Daria para fazer um museu só com essas peças. Por isso, futuramente,
queremos criar sedes descentralizadas de Curitiba. É a grande meta para o
futuro”, destaca o diretor.
No passado, as mudanças do museu mais antigo do estado, no entanto, foram
recorrentes. Desde a inauguração, em 25 de setembro de 1876, no Largo da Fonte,
onde é hoje a Praça Zacarias, foram seis sedes diferentes até a atual, o que
acabou ocasionando algumas perdas e danos ao acervo. “As alterações de endereço
foram criteriosas, mas, mesmo assim, ocorreram perdas. É inevitável. Tínhamos,
por exemplo, o osso de costela de um mamute que foi quebrado, só sobrou metade”,
conta Carneiro.
Visibilidade
Na vertente de divulgação, algumas atitudes vêm sendo tomadas, o que não
significa um retorno imediato. De acordo com o diretor, há uma negociação, junto
com a Secretaria Municipal de Turismo, para que um ponto de informações
turísticas fique abrigado no museu. O horário também foi ampliado em uma hora,
tanto durante a semana como nos sábados e domingos.
A tradicional Feira do Largo da Ordem, aos domingos, na mesma região, ao
invés de ajudar, como se imagina primeiramente, acaba atrapalhando. “O grande
público da feira, infelizmente, vem aqui só para usar o banheiro. Muitas pessoas
perguntam da possibilidade de uma integração com a feira de domingo, o que
considero uma chance pequena.” Para ele, faltam na cidade indicativos de onde
fica o museu e o que ele pode oferecer ao público. “Tem somente uma placa em
frente ao museu, por exemplo. É um equipamento urbano interessante, e que
merecia mais indicações”, acredita Carneiro.