terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Manifestações Artisticas Originarias da Cultura: Artes Visuais, Escultura


Acervo João Turin ganhará obras inéditas

Mesmo após 60 anos de sua morte, o artista paranaense João Turin – o maior nome brasileiro da escultura animalista – continua contribuindo para o engrandecimento da arte e cultura do Estado. O seu acervo, exposto na Casa João Turin, vai ganhar peças inéditas fundidas em bronze, que terão como base matrizes originais feitas em gesso pelo próprio escultor.
O acervo do artista está sob os cuidados da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) desde 1989, quando o então secretário da Cultura René Dotti viabilizou a constituição da Casa João Turin, no centro da capital. Antes daquela data, as peças estavam armazenadas em um galpão mantido por Jiomar José Turin, sobrinho do artista e herdeiro universal das obras, que as guardou por quase 40 anos, até passar aos cuidados da SEEC, em contrato de comodato, para manutenção e exposição do acervo ao público.
Foi pensando na importância de uma maior disseminação das obras e na memória de seu tio que Jiomar avaliou e aceitou a proposta de aquisição feita pela família Lago, uma dos sócias do grupo Positivo. O interesse dos novos proprietários pelo acervo de João Turin surgiu pela preocupação em contribuir para a cultura paranaense no Brasil e no mundo.
João Turin nasceu em Porto de Cima, município de Morretes, mas graças a uma bolsa de estudos que ganhou do Estado do Paraná, especializou-se em escultura na Academia Real de Belas Artes de Bruxelas, na Bélgica, local onde ainda há peças feitas pelo paranaense. Quando retornou ao Brasil, Turin morou no Rio de Janeiro, onde expôs a escultura de Tiradentes, obra executada em uma temporada em Paris.
Mais de 360 peças em gesso, 176 pinturas, fotos, cartas, estudos e esboços integram o acervo de João Turin, sendo que uma boa parcela das esculturas concebidas pelo artista para serem em bronze não chegou a ser fundida.
As obras não executadas em bronze serão levadas para um acervo técnico seguro construído pelos novos proprietários, onde serão manuseadas por uma equipe de museólogos, artistas plásticos, restauradores e especialistas em fundição, que usarão as técnicas mais avançadas da área para garantir os melhores resultados no processo. Apenas algumas das peças serão disponibilizadas para comercialização, e o governo do Estado do Paraná receberá em doação uma cópia de cada original a ser fundido em bronze, sob a condição de que a peça integre o acervo do artista na Casa João Turin, ficando exposta ao público visitante.
Este é um momento importante para a memória do escultor e para a valorização da arte brasileira. Em outubro passado, Jiomar, então proprietário do acervo, recebeu o convite da III Bienal de Artes Brasileiras de Bruxelas para expor e homenagear João Turin em 2011, na Bélgica. E essa não será a única oportunidade de apresentar os trabalhos do artista. Ano que vem, o Brasil será o País tema da EUROPALIA, maior evento cultural da Bélgica, que também acontece na França, Alemanha, Holanda e Luxemburgo. Sinal de que a arte brasileira – e a paranaense – irá receber destaque merecido lá fora.